sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Vacina contra o vírus do HIV começa a ser testada na França


Uma nova esperança na luta contra o vírus HIV ganha fôlego nas próximas semanas: cientistas franceses vão dar início a testes clínicos com uma vacina contra a aids com 48 voluntários soropositivos em Marselha, no sul da França.O professor Erwann Loret, responsável pela pesquisa, afirma que não será o fim da aids, mas há expectativa de se conseguir substituir os coquetéis de antirretrovirais, que causam efeitos colaterais desagradáveis, pela vacina.O infectologista Esper Kallás,professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, tem visão positiva sobre o estudo. “Toda descoberta científica é para ser vista com muito  otimismo. Apesar de [a vacina] ainda estar em processo de estudo, podemos ficar bastante animados.”A vacina terá como objetivo reverter a função da proteína denominada Tat (Transativador de Transcrição Viral), que nos soropositivos protege as células infectadas, fazendo com que o organismo não consiga reconhecê-las e e neutralizá-las.
Dra. Vivian Iida, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que essa proteína é essencial para que o vírus do HIV se multiplique. “A proteína Tat, produzida pelo próprio vírus, viruliza as células do corpo e permite que o HIV tenha uma resposta explosiva dentro do organismo, o que acaba afetando a  imunidade do indivíduo.”Os 48 pacientes serão vacinados três vezes, com intervalo de um mês entre cada dose. Depois, devem suspender o tratamento com coquetéis por dois meses. Se após esses dois meses a taxa de vírus no sangue for indetectável, o estudo terá cumprido os critérios estabelecidos. Os primeiros esboços de resultados são aguardados para o meio do ano.Em caso de sucesso, 80 pessoas vão participar da segunda fase dos testes. Elas serão divididas em grupos, e metade tomará a vacina e outra, placebo.Apesar de animador, o anúncio também exige cautela. Os cientistas afirmam que serão necessários vários anos para saber se a vacina constitui ou não realmente um avanço.(DR. DRAUZIO)

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