terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pirâmide Financeira: Polícia apresenta rumo das investigações sobre a empresa Priples

Acusados de crimes contra as relações de consumo e contra a economia pública, Henrique Maciel de Lima (26 anos) e sua esposa Mirele Pacheco de Freitas (22) são apontados como os comandantes da empresa pernambucana de marketing multinível Priples. Fundada em abril deste ano, a organização chegou a movimentar cerca de R$ 107 milhões, atingindo uma marca que ultrapassa 200 mil investidores cadastrados e tinha um saldo de mais de R$ 70 milhões na conta bancária. O casal segue preso no Centro de Observação e Triagem (Cotel) e na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, respectivamente, enquanto aguarda julgamento.


No último sábado (03), após os dois serem surpreendidos na própria casa, localizada no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, foram apreendidos cerca de 300 mil dólares e três carros de luxo, sendo duas Range Rover e um Camaro, além de um quadriciclo. O delegado Carlos Couto, responsável pela investigação, suspeita que o patrimônio da empresa seja ainda maior, incluindo imóveis e até aeronaves, sendo alvo de levantamento. O inquérito policial deve ser concluído nos próximos dez dias.

Foram realizados seis pedidos à Justiça, que concederam mandados de busca e apreensão, prisão preventiva, quebra de sigilo de dados e bancário, além de indisponibilidade do patrimônio líquido da empresa e arresto e sequestro dos bens adquiridos com dinheiro da mesma. Com este último pedido, ficam bloqueados os imóveis, automóveis e equipamentos das sedes da empresa, que contava com aproximadamente 60 funcionários. A prisão preventiva foi concedida para evitar a continuidade da rede.

Além dos donos, os participantes do esquema também poderão responder ao inquérito. A medida se justifica pela atuação dos investidores em influenciar novas pessoas a se unirem ao grupo, sem esclarecê-las sobre os riscos. Segundo a Polícia, os casos serão analisados em caráter individual. Há também a possibilidade de envolvimento de crianças e adolescentes com investimentos realizados.


A Priples atuava sob o registro de agência de publicidade digital e pagava impostos, o que era usado como álibe, mas a prática era da área financeira, na qual não havia autorização do Banco Central. A empresa vinha sendo investigada desde junho, quando os primeiros participantes passaram a ter problemas com o recebimento dos valores prometidos. Dificilmente, os investidores reaverão o dinheiro aplicado em sua totalidade. Isso será apurado pela Justiça. A previsão é de que os bens da empresa sejam diluídos para o pagamento dos investidores lesados.

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